Friday, September 10, 2004

Jaime realizado por António Reis (1974)

A sensibilidade, a música como condutora visual, os desenhos de António Reis e os planos soltos do seu subconsciente transpostos para a curta-metragem expressam o seu interior, a sua visão da realidade. Sem polimentos ou máscaras António Reis dá-se a conhecer a si próprio numa perspectiva panóptica revelando o seu interior para si próprio e não para o público. Esta abordagem neorealista, tecida em torno da música, das imagens soltas do seu subconsciente, direccionada para a expressão artística indivídual remete-nos para um plano abstracto, único pela transmissão pura da realidade.
Penso que existiu uma preocupação na preparação do filme relativamente a montagem de planos, tratamento de imagem, o que contraria a tendência do cinema experimental de economia de energias. Esta preparação deve-se ao facto de que a realidade aqui transmitida é o próprio interior do criador e não a realidade que ele precepciona no seu dia-a-dia.
A liberdade de expressão, a correspondência directa da obra ao Eu recorrendo para isso ao seu interior, aos seus desenhos, sem se deixar corromper ou oprimir por valores sociais, estimulando assim a criação artística e filosófica, insere esta curta-metragem no polo experimental do cinema.

1 Comments:

Blogger Lídia Aparício said...

já há inclusive um blogue dedicado e merecido ao antónio reis:
http://www.antonioreis.blogspot.com/




http://errancia.blogspot.com/

September 13, 2004 at 6:11 PM  

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